HISTÓRICO DA VIDA DE SÃO ROQUE


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São Roque, o grande padroeiro contra a peste, nasceu em Montpellier, na França, no ano de 1295 aproximadamente.  Roque era filho de um nobre fidalgo de nome João.  A mãe, Libéria, conhecendo no menino um dom de Deus, fruto  de longas e continuadas orações, esmerou-se muito em lhe dar uma educação aprimorada.  A virtude e santidade da mãe parecia ter-se comunicado ao filho; pois este, desde os mais tenros anos, achava gosto nas práticas da piedade e da penitência. 

Quando, na idade de vinte anos, perdeu os pais, dispôs da rica herança, distribuindo todos os bens móveis entre os pobres.  Os bens imóveis ficaram entregues aos cuidados de um tio, e Roque, em condições de pobre peregrino, dirigiu-se a Roma.  Quando chegou a Aguapendente, na Toscana, grassava lá a peste, e Roque  ofereceu-se prontamente para tratar dos pobres doentes no hospital.  De Aguapendente seguiu para Caesena e Rimini e, por toda parte onde aparecia, ia diminuindo a peste como se esta terrível epidemia fugisse com a chegada do Santo.  Roque, sentindo-se forte, voltou para sua terra. 

A França achava-se em guerra, e assim se explica que Roque, lá chegando, fosse tomado como espião.  O próprio tio, que exercia o cargo de juiz sem reconhecer o sobrinho, condenou-o à prisão.  Roque aceitou essa humilhação, sem protesto algum, e sofreu muitas injustiças, que as ofereceu a Deus pela salvação da sua alma.  Cinco anos ficou detido no cárcere, sem que a autoridade dele tivesse lembrado.  Acometido de grave doença, no cárcere recebeu os Sacramentos e morreu em 1327, na idade de 32 anos apenas.  O povo católico venera-o como padroeiro contra doenças epidêmicas. 

HISTÓRICO SOBRE A INICIATIVA DA DEVOÇÃO PARTICULAR DE SÃO ROQUE

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A Devoção Particular a São Roque do Morro do Barro Vermelho começou por iniciativa do Sr.  José Maurício da Fonseca, que, juntamente com o Sr. Lino Rangel e o Sr. Vicente Luiz de Carvalho Couto, em 16 de agosto de 1905, fundaram a referida Devoção, num trabalho exemplar, seguindo com todas as formalidades legais da então Câmara Eclesiástica.

Foi então erigida uma Capela em devoção a São Roque, voltada para o mar, no alto do Morro do Barro Vermelho em São Cristóvão, localidade hoje popularmente conhecida como morro de São Roque, à Rua Lopes Ferraz, 55.

A matricula nº 01 coube ao Irmão Galdino Moreira da Costa, em 03 de outubro de 1905, e a primeira mulher Irmã, a Sra. Guilhermina Lemos Peixoto, em 17 de novembro do mesmo ano.

Ao longo de sua história, a Irmandade vivenciou diversos acontecimentos relevantes e teve a frente de sua pastoral figuras importantes na própria história do bairro de São Cristóvão, como o Sr. Monsenhor Manuel Gomes, vigário da Matriz de São Cristóvão a partir de 1932 até seu falecimento em 1960, que por diversas vezes enalteceu o trabalho realizado pela Irmandade de São Roque, como a campanha para angariar donativos para o Natal dos Pobres de São Roque, a partir de 1950.

A Irmandade de São Roque passou a ser considerada de Utilidade Pública, por meio do Projeto de Lei da Câmara Municipal do Rio de Janeiro nº 77, de autoria do Vereador Sr. Osório Borba, aprovado em 23 de outubro de 1950, projeto este proposto pelo Irmão Sr. Adelino Ferreira de Macedo.

Registra-se ainda como fatos relevantes na década de 50 a nomeação do Padre Teófilo Rocha como Capelão de São Roque, em julho de 1952, e o Padre Luiz Gonzaga Ribeiro Gonçalves, em maio de 1958 e a visita pastoral do Sr. Bispo Auxiliar Dom Othom Motta, no mesmo ano.

Em 11 de outubro de 1959, foi inaugurada a Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, construída pelo Irmão David Ferreira da Silva, com orientação técnica do Irmão Antônio Pereira de Oliveira.  A Gruta, que se encontra no adro esquerdo, reproduz a aparição de Nossa Senhora à menina Bernadete, em Lourdes, França, no ano de 1858.  

Em 01 de janeiro de 1960 foi colocado na Capela para adoração perene de todos os fiéis, em Sacrário, a Majestade de Deus sob a fragilidade do Pão Eucarístico, bem como a Entronização da imagem de São Roque, trabalhada em cedro e trazida da cidade do Porto, Portugal, que se encontra no altar Mor, bem como uma imagem de Santa Filomena, ambas ofertadas pelo Irmão Sr. José dos Santos, então Vice-provedor da Irmandade.

Um Sacrário definitivo foi doado pelo Irmão Álvaro da Glória e ainda em 1960, registra-se o falecimento do Monsenhor Manuel Gomes.

Fato marcante para a Irmandade e para todos os moradores da localidade foi a visita pastoral do então Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Jaime de Barros Câmara, em 11 de outubro de 1968, figura singular na história desta cidade e da nossa arquidiocese.

O final dos anos 60 e anos 70 foram marcados por uma série de reformas, visando dar mais conforto aos fiéis e condições de desenvolvimento dos trabalhos realizados, como o alargamento do interior da capela, construção de novo altar Mor, novo altar para o Sacrário, nova torre do sino, reforma do adro direito, incluindo a cozinha e bar.

Em 1982 faleceu o Padre Luiz Gonzaga, tendo ficado o Cônego Teófilo Rocha sozinho com a missão de continuar a missão pastoral tanto na Matriz de São Cristóvão quanto em São Roque, até o seu falecimento em 1995. Foi um período de muitas dificuldades, pois o próprio bairro de São Cristóvão passou por um esvaziamento populacional, além do fechamento de muitas empresas. 

Atualmente, a Irmandade de São Roque desenvolve um serviço pastoral, representado pelas missas dominicais, missa mensal dos doentes (com a benção do Santíssimo Sacramento), missas dos dias santos, prática do santo terço, Via Sacra, Tríduo Pascal, novena de Natal, além das práticas devotadas a São Roque do mês de agosto, incluindo seus festejos no dia 16 de agosto e procissão do padroeiro, batizados, casamentos e bodas, perfazendo mais de 100 eventos anuais.

Além disso, a Irmandade de São Roque presta serviço de distribuição de donativos no Natal, chegando a 160 bolsas de mantimentos, sendo a partir de 2016 voltada exclusivamente para instituições de assistência social, como asilos e orfanatos, algumas das quais já atendidas pela Irmandade, como é o caso do Cenáculo Protetor dos Cegos e o Solar Bezerra de Menezes.  O objetivo é aumentar o número de instituições atendidas e, consequentemente, o quantitativo de pessoas assistidas. 

CURIOSIDADES

Monsenhor Manoel GomesO Monsenhor Manoel Gomes era possuidor de grande talento e erudição, e foi considerado um dos maiores oradores sacros do país. Teve uma vida intelectual muito intensa e mantinha estreito relacionamento com vários intelectuais da época, destacando-se entre eles os seus amigos: o jornalista e escritor Phermínio Ásfora, os escritores Austregésilo de Athayde, Alceu Amoroso Lima, o poeta Augusto Frederico Schmidt e o jurista Sobral Pinto.

Fonte: http://itaporangapb.blogspot.com.br  

 

 

Dom Jaime

Dom Jaime teve intenso trabalho no Rio de Janeiro, sendo conhecido como Cardeal das Favelas, por visitá-las constantemente.

Fonte: http://conhecendoazambuja.blogspot.com.br

 

 

 

Numa das casas pertencentes a Irmandade de São Roque (Rua Lopes Ferraz 154), até 1953 funcionou a sede do São Roque Football Club. Era evento tradicional na comunidade o Almoço Anual dos Veteranos realizado no dia do Trabalhador (1º de maio).

 

 

Murada de São Roque

Em 1964, por ocasião do IV Centenário da cidade do Rio de Janeiro, foi inaugurado, na murada de contenção da Rua Lopes Ferraz, na altura da Rua Fonseca Teles, 143, um painel em pastilha, executado pela Companhia Cerâmica Brasileira. Uma placa informa que a obra foi feita por “iniciativa do Conselho das Associações e Entidades de São Cristóvão”, sendo o desenho desenvolvido pelo Irmão Mário Júlio do Carmo.

Foi solicitado pela Irmandade à 7ª Região Administrativa do Rio de Janeiro, por meio do Ofício nº ___/14, a restauração do Painel, visto este ser tombado pelo Patrimônio Histórico.

Fonte: http://ashistoriasdosmonumentosdorio.blogspot.com.br